4 de dezembro de 2013

Geração Titubbyada.



Mais uma novidade surge no meio do mundo jovem (e conectado): Tubby e Lulu são aplicativos que avaliam os desempenhos e características (no sentido sexual) de homens e mulheres, ou melhor, garotos e garotas, anonimamente, e ambos já vêm dando muito pano pra manga. Garotas revoltadas, reclamando do machismo alheio, mas não exitando um só minuto em avaliar aquele cara que elas não curtiram em #nãodácontadorecado. Garotos ameaçando se vingar de todas as avaliações mal dadas e comentários maldosos, e no meio de tantas notas e hashtags, vem surgindo uma batalha entre sexos, onde a diversão cujo (acredito eu) seria o objetivo do aplicativo, não tem vez.

E a batalha vai além de troca de farpas em redes sociais, há quem diga que a coisa pretende se tornar um pouco mais séria. Até em processo já se ouve dizer, ou melhor, se lê. Tamanha confusão geraram os aplicativos, que trouxeram à tona a antiga e nunca passada questão sobre o feminismo, e como ele é discriminado. Mulheres feministas são consideradas "mal-comidas", e à partir daí, não recebem respeito nenhum. Mas também não ficam caladas, o que acarreta uma discussão adicional, que vai desenrolar e muito em breve, causar outra por algum outro argumento que algum dos lados possa utilizar.

O ponto chave da situação é que tanto se fala, tanto se critica, mas pouco se percebe que a criação desses 2 aplicativos, nada mais é do que mais uma "digitalização" da vida real. Cada dia o nosso convívio social, em diversas áreas, vem se tornando dependente de smartphones, computadores, tablets e afins. Ninguém consegue ir à uma festa, ou à uma viagem, sem Instagram e conexão a Internet. Ninguém quer registrar um bom momento, todos querem exibi-lo. Ninguém usa mais o telefone no seu modo original, pois pra isso existe o Whatsapp (e que não tem Whatsapp, caso morra, só vai receber visitas na missa de 7º dia). Até pra pedir comida, já inventaram o famoso iFood.. 

E agora, nossa juventude se distrai do almoço de família porque estão extremamente ocupados fotografando o "prato do dia", esquecem de entrar no mar, porque estão querendo pegar a onda perfeita para um 'click'. E abandona o papo na mesa do barzinho, mesmo estando lá, pra olhar as últimas atualizações do Facebook. Se é que vai existir mesa de barzinho, porque não precisa mais de "resenha" após o futebol e tarde entre amigas pra contar se o encontro de ontem foi legal, o Tubby e o Lulu fazem isso por eles.

E a internet, que veio pra ser nossa escrava, cada dia nos escraviza mais. E o Whatsapp faz com que esqueçamos das vozes.
E o Instagram faz perdemos tantas outras paisagens mais bonitas. E o mundo passa, e a gente fica.

Moral da história: "Eu temo o dia em que a tecnologia ultrapasse nossa interação humana, e o mundo terá uma geração de idiotas" — Albert Einstein 

7 de outubro de 2013

Tempos Modernos






Quando percebo o tamanho do mundo e o que muitos de nós somos, percebo o quanto a relação é desproporcional. Quando eu vejo a grandiosidade que ele é, comparado ao quanto alguns de nós somos pequenos, percebo que não merecemos estar aqui. 

O mundo tão grande, tão cheio de cores, tão cheio de vida e vivemos numa jaula preta e branca no fundo do poço escuro. Alguns escalando para ver a luz do sol, outros conformados com a vista negra da escuridão.

Dinheiro e poder são as palavras de ordem, são a motivação. Têm mais valor que o sol, mais valor que o vento e as folhas caindo no fim da tarde. E eu percebo que não vivemos, mas fingimos viver. Percebo que a vida é vivida no objetivo de construir a vida, mas nem percebemos que ela já está pronta há muito tempo. 


Sufoca. Cansa. Mata!

Passamos a vida inteira buscando a melhor maneira de viver, buscando as melhores coisas para se viver, e quando chega a hora de se viver, morremos. 
E tudo fica, menos nós. Que as pessoas queiram crescer na vida, e que cresçam, mas que não esqueçam de contemplar o pôr-do-sol. Que as pessoas trabalhem, mas que amem tanto, que não pareça trabalho e sim mais uma forma de diversão. Que as pessoas tenham carros, mas que saibam caminhar. Que tenham telefones de última geração, mas que saibam conversar olho no olho. Que sejam intensos. Que respirem o vento, que sintam um pouco mais do sol, que se permitam viver, e não somente existir. Que não percam suas vidas dentro de 4 paredes e em frente à uma tela. O mundo real não tem paredes, e o que se pode ver nele, nenhuma máquina pode reproduzir.

Moral da história: "Hoje o tempo voa, amor, escorre pelas mãos, mesmo sem se sentir. E não há tempo que volte, amor, vamos viver tudo o que há pra viver, vamos nos permitir."

16 de julho de 2013

"Se namorar fosse bom.. isso aqui tava vazio."





É interessante a maneira e principalmente a necessidade que o ser humano tem, em afirmar e gritar aos quatro ventos os benefícios de ser solteiro. Ou melhor, em afirmar que é contra o namoro, contra o amor, quando na verdade, esses é que parecem ser contra ele. Não quero pregar nenhum tipo de mensagem e nem quero convencer ninguém de que os solteiros precisam arranjar companheiros, pois eu mesma abomino essa questão. Ninguém precisa arrumar ninguém, ninguém precisa namorar. As pessoas precisam apenas se permitir a amar, de forma sincera.

Determinados perfis são curiosos e me chamam a atenção. Aqueles por exemplo que gostam de cantar alto na balada a música que diz que se namorar fosse bom, a balada estaria vazia. Ou então que cantam com todo o timbre, afirmando que não são de ninguém, que são de todo mundo e que o mundo lhes pertence também. Mas em casa, se sente só, chora, e na primeira oportunidade de afeto, se agarram. Afinal, por que então anotar o telefone de alguém que canta essas mesmas músicas com você na boate? Por que repetir a dose? Se ser solteiro fosse bom, ninguém iria querer encontrar outro alguém no dia seguinte.

Me impressiona também a rapidez que as pessoas "superam" o fim de seus relacionamentos. Enquanto dura é amor eterno, quando acaba, vira desgraça e perda de tempo. E aí é automático, o outro lado da moeda aparece. Aqueles que tanto prezavam por um bom filme, debaixo das cobertas, no sábado à noite, se tornam os famosos "arroz de festa". Os primeiros à chegarem na balada, os últimos à sair. Os que só ficavam no suco de laranja, viram verdadeiros alcoolatras. As boas moças, se tornam "boas" de outra maneira, aos olhos de desconhecidos e tudo vira uma bagunça. Cada um com sua forma de mostrar que 1 semana depois, já superou. Se exibindo, afirmando estar curtindo a vida, isso quando não passam a debochar dos que continuam a acreditar e viver o amor.

Não sou à favor do sofrimento, sou uma das principais adeptas ao amor próprio e ao esforço em reconhecer o que não vale a pena. Mas dor dói, não importa o quanto. As pessoas deveriam se respeitar mais, pensar menos nos julgamentos e se importarem mais consigo mesmas. Afinal, se sofrer fosse bom, também não teriam inventado o relacionamento. As pessoas deveriam ser menos exibicionistas com sentimentos falsos, e serem mais verdadeiras com seus valores e princípios. O excesso prejudica. É possível ser feliz sozinho, bem como é possível ser feliz ao lado de alguém. É possível sofrer ao lado de alguém, bem como é possível sofrer com a solidão. Cada um só precisa saber o que é realmente verdadeiro e o que é melhor pra si, e parar de tentar enganar, não aos outros, mas à si mesmo.

8 de março de 2013

8/3

 

"Mulher se acha, só porque é a melhor coisa do mundo. Mulheres sempre percebem as entrelinhas do que você fala. Mesmo quando não existem entrelinhas. Uma mulher precisa conhecer apenas um homem para compreender todos; já um homem pode conhecer todas as mulheres e não compreender nenhuma". Cólicas, dor do parto, dor de amor, dor de ódio, corte de cabelo mal feito, unha quebrada, coração quebrado, coração apertado, roupas apertadas. Parir, trabalhar, conviver com preconceito, ser chamada de "perigo no volante". Não poder jogar ou assistir futebol, sem ser masculinizada. Quando se arruma muito, quer se aparecer, quando não se arruma, é desleixada. Se fala tudo que pensa, é desaforada.... Se não fala, é submissa. Se toma atitude, não se valoriza. Se não toma, não sabe o que quer. Mulheres que nunca estão satisfeitas, que nunca tem roupas, que o cabelo sempre está horrível. Mulheres que se matam, criam a terceira guerra mundial entre elas, mas no fim, todas sobrevivem, simplesmente porque não se destrói um exército unido. Mulheres que se apaixonam pelos caras errados, que fazem os caras "certos" sofrerem, e que sofrem pelos errados e quando querem os "certos" já é tarde demais.. Mulheres que acreditam que não saibam o que é certo, mas acertam o tempo todo. Mulheres de fibra, mulher mãe, mulher pai, mulher de coragem, que mora sozinha, que se vira sozinha, que cria filho sozinha, que não precisa de uma aliança no dedo esquerdo, pra fazer o que tem que fazer e nem pra ser o que tem que ser. Mulheres que passaram madrugadas acordadas: algumas chorando por amor, outras, ao lado de uma cama, velando o sono daquele serzinho amado, que estava doente. Mulheres importantes, que tornam tudo, importante: a primeira melhor amiga, o primeiro amor, o primeiro beijo, a primeira vez, a primeira briga, o primeiro fim. Mulheres "loucas" que choram pelo fim da novela, mas que dão a volta por cima, sem uma lágrima, quando descobrem uma traição. Mulheres fortes, que enfrentam o que já venceram alguma doença, alguma dificuldade, mesmo quando acreditavam que não poderiam. Mulheres.. mulheres.. Publicitárias, advogadas, médicas, vendedoras, diaristas, estudantes, donas-de-casa, mães. Mulheres poderosas, que sobrevivem dia após dia, em cima de um salto alto (ou não) com um sorriso no rosto, mesmo chorando ou explodindo por dentro. Mulheres que desfilam, mesmo morrendo de cólica. Mulheres que "querem que ele se dane" mesmo desejando "ele por perto". Mulheres corajosas, fiéis, inteligentes, dedicadas, delicadas, fortes e poderosas. Mulher doce, mulher fatal. Mulher de mel com limão e sal. Parabéns à todas nós mulheres, e principalmente, parabéns à vocês homens, pela sorte, de terem a chance de ter seres como nós, ao lado de vocês.

27 de janeiro de 2013

Sem Título.

Sonhos que viraram fumaça. Sonhos queimados e destruídos. Sonhos de tantos anos, reduzido à labaredas em um piscar de olhos. Tantas vidas perdidas ali, naquela ladeira, em Santa Maria. O Sul ficou está em silêncio, o Brasil, o mundo. No mapa do Brasil, o sul é a boca, o sorriso, mas se o sorriso desmanchou, os olhos em cima, se entristecem e choram.

As chamas não perdoaram, as chamas não se importaram com os planos pro futuro, as chamas tampouco se preocuparam com as mães que esperavam ouvir o barulho da porta na manhã seguinte. O fogo incessável chegou sem pedir licença, e mais revolto que o mar, fez com que os desejos virassem pó.

Ninguém sabia, sequer poderia imaginar, aliás, quem poderia?
Quem diria que seria o último sábado? A última festa? O último show?
O último gole na bebida? Que mãe imaginaria que aquele seria o último adeus?
Que aquele filho que saiu por aquela porta para comemorar, jamais voltaria para o almoço em família no domingo?
Que amiga imaginaria que aquela seria a última ligação? Que não haveriam fotos com boas recordações?


As chamas foram apagadas, mas a dor jamais será.

Os corpos estendidos, promessas de um futuro canceladas.
Corações destruídos, despedaços, batendo sem vida. Dor.


As mortes vão muito além do que estavam no lugar errado, na hora errada.
A morte faz parte de cada um que atendeu o telefone, que ligou a televisão.

A morte está presente em que se foi, mas em quem fica também.